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Número de empresas ativas cresce 16% no Brasil com impulso de MEIs, diz pesquisa

30/04/2025
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O Brasil ultrapassou a marca de 64 milhões de CNPJs registrados no primeiro trimestre de 2025. O dado faz parte da segunda edição do estudo “CNPJs do Brasil”, realizado pela BigDataCorp, que coleta informações de mais de 1,5 bilhão de fontes públicas e privadas para mapear o comportamento empresarial no país. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o número total de registros cresceu 7,72%. O ritmo foi ainda mais acelerado entre as empresas ativas: um salto de 16,11%, passando de 21,8 milhões para 25,3 milhões de negócios em operação.

O crescimento é puxado principalmente pelos microempreendedores individuais (MEIs), que aumentaram em 20,90% nos últimos 12 meses e já representam 78,74% de todos os CNPJs ativos. Na sequência, aparecem as pequenas empresas familiares — aquelas com dois ou mais sócios da mesma família — que correspondem a 9,75% do total. Juntas, essas duas categorias somam 88,49% das empresas brasileiras, evidenciando o protagonismo dos pequenos empreendedores na dinâmica econômica do país.

Segundo Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, dois movimentos principais ajudam a explicar o cenário. “Primeiramente, temos o forte fenômeno da pejotização das relações de trabalho. Nesse contexto, muitos profissionais que antes atuavam com carteira assinada passaram a trabalhar como pessoas jurídicas, prestando serviços de forma autônoma”, afirma.

Esse comportamento se reflete diretamente no tipo de atividade econômica declarada nos novos CNPJs. No ano anterior 6,76% das empresas abertas tinham como atividade principal a promoção de vendas ou o apoio administrativo — funções regularmente utilizadas por quem migra para o modelo PJ.

A segunda tendência apontada pelo estudo é a formalização de negócios que antes eram informais, sobretudo vinculados à chamada gig economy (Modelo de trabalhos temporários, freelance e sob demanda). O crescimento foi expressivo em setores como transporte de passageiros e cargas, além de pequenos comércios e serviços essenciais.

“O que vemos é um ambiente de negócios em constante transformação, com empreendedores buscando se formalizar para acessar benefícios como crédito, meios de pagamento e plataformas digitais. Isso mostra um amadurecimento importante do ecossistema”, acrescenta Rodrigues.

Empreender, mas por quanto tempo?
Embora o número de empresas ativas tenha crescido, o estudo também apontou um aumento na mortalidade empresarial em 2024, o maior desde 2021, ano marcado pelos impactos da pandemia. De acordo com a BigDataCorp, o fechamento de empresas voltou a crescer em ritmo preocupante, especialmente em setores que haviam se expandido artificialmente durante o isolamento social.

Um dos exemplos é o setor de preparação de alimentos para entrega, que teve grande impulso entre 2020 e 2022. No ano passado, 1,66% das empresas que encerraram atividades pertenciam a esse ramo, indicando um movimento de redução com o retorno da normalidade no consumo fora de casa.


Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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